Alguém disse uma vez que o esporte é a saída dos sem criatividade. Não é pra tanto, mas entendi e concordei em parte. Achei por aí um pensamento que se conecta com isso e passa pelo que eu queria dizer, mas não sabia como. O cara que pensou o que eu queria pensar é o Noam Chomsky, num pedacinho do livro Para Entender o Poder, que chama "Esporte para o público". Tô sem ele aqui, outra hora boto um trechinho.
Antes que alguém, qualquer alguém, principalmente alguém que mora lá em casa me escandalize aqui, vou deixar claro que acho lindo o que esse povo faz, levando o corpo aos extremos mais extremos. Eu disse CORPO, o que, é claro, deixa de fora coisas sem sentido como fórmula 1 e paintball.
O que eu não entendo é esse frenesi todo, um sofrimento, uma falta de espaço pra pensar em outras coisas, pra exercitar a cabeça, pra inventar. Não entendo levar tão a sério. Programa que reúne um monte de macho pra discutir futebol com uma fuça séria de quem tá decidindo o destino do planeta não me entra na cabeça. Não entendo o bonde juntar o técnico do time no aeroporto. Não entendo eu querer comprar uma camiseta simples, preta, branca, com a cruz de malta e ter que OFICIALMENTE levar um reebok bordado. É que a cruz não é mais parte da brincadeira, ela agora é propriedade da marca. Entendi.
Tô dizendo é que não admiro o esporte como negócio, obrigação, como papo de todo elevador, como presença dominante de todo canto, como condicionador de eventos da manhã de domingo. Aprecio menos ainda como entidade que tomou conta da possibilidade dessa massaroca de gente parar e pensar. Pensar sozinho. Em outras coisas, no mundo real, criar um lance, fazer um esporte (!), pensar no que continua acontecendo enquanto a partida está rolando, pensar inclusive que isso pode muito bem ser um agradinho pra que ele não pense sobre todo o resto.
Acontece o mesmo com as novelas. Em outra escala, em outro nicho.
Pensa aí e me fala.
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3 comentários:
Não sei, amada.
Acho que A Favorita é o retorno do futebol-arte.
E acho, também, que a novela dos mutantes é quase um jogo de RPG, se levar em conta que RPG também testa os limites do corpo, como essa história de virar a noite em partidas que duram dezoito horas e se alimentar de coca-cola. Se isso não é testar limites e ir a extremos, eu não sei mais o que é.
E a novela dos mutantes, veja bem, é extrema. Não?
hahhahaha eu poderia de escrito isso, mas agora vou correr p/ desentortar a coluna,
mas vou a pé. ei, e quebrar sujeito q faz vilão em novela? seria uma espécie de oscar?? beijos
Tá amiga, tem sua beleza 18h non stop e empadinha de camarão da Elza, até porque quem somos nós pra dizer que não era bom né. Mas aí você já tá levando pra um profundo que eu não pretendo.
E novela, seja ela mutantes ou favoritas não pode. É tudo em torno de grana e ódio e consumo e amores ideais. Fora isso é Roque Santeiro, mas isso já não se usa mais, que pena.
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