26.5.09

era um ambiente sonoro duotone

porque antes de ter isso tudo era nada que tinha
era quase
era menos, bem menos
mas não era vazio
e era tanta coisa que não existia
que não precisava

mais claro mais frio
com as cores nítidas, os sons eram um de cada vez e o ar
se movia na hora dele mesmo

porque não era necessário
isso no tempo que não havia gilete,
nem fósforo

os ouvidos que existiam desejavam pouco,
digo, gostavam de uma coisa com menor tamanho

e nesse meio tempo todo não precisava de quase nada

desde então
um então no meio do tempo
veio ele e passou a dizer
pros que viviam precisando:
Pesos e Medidas
e Tamanhos
e Volumes
e Tudo Que Há
agora se pode dizer assim

Tudo Que Há e que sabemos ou não,
tudo que apenas enxergamos com os olhos,
em nossa ridícula participação nesse lugar,
eu vos digo,
podemos cientificamente prever
e passa a ser de acordo com el rey.

forgerabau as outras leituras! de cheiro de pegar de adivinhar
e aí, isso que vem a ser quase tudo que importa
ficou sendo a exceção pra ilustrar
o que está fora das CNTP

quero pensar que existe outra coisa
hoje o que eu quero é que você tudo esquece
usar umas pequenas unhas vermelho-laranjas que tudo executam
sem menos dinheiro menos velocidade menos expectativas
um pé diante do outro feito uma pessoa machucada
que leva uma hora no lugar de meia

é que desde que cheguei aqui tudo se repete numa variedade incrível
de postos degraus e gramaturas
nesse meu nome que eles insistem formalmente em chamar inteiro
e nesse seu que a gente brinca de confundir




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