8.7.09

B.

Aí quando vi eu estava dentro. Atrasei a hora de passar pela porta e então não tinha mais o que fazer, eu tava lá. Eu vi, estive com ele. De novo e mais perto. O homem tímido olhando pro chão não era o mesmo, mas era ele personagem novamente, anos depois. Sério. Precisando desesperadamente negar a vaidade, não a suportaria em público.
Um quadradinho de imagem na minha mão, a que alguém selecionou determinando que fosse ela a me servir de referência, vista de todo um castelo de coisas pré-fabricadas. Dessa imagem, depois de uma presença breve na presença dele, eu fiz um quadro pequeno, com galhinhos de perguntas saindo da foto. Que eu não sei, não consegui fazer e não é tão interessante assim descobrir, já que fantasiar sobre alguém cuja ocupação é fantasiar sobre tudo pode ser infinitamente mais interessante, e mais limpo, e duradouro.
Depois de presenciá-lo arrogante e vulnerável, todo suores, escondendo o fato de que sabe sobre a sua beleza, entendi escrachado um homem quase na metade da vida, à vontade no seu tapetão de limites escolhidos e concessões muito poucas. Sério.
Acho que também ele só quer ser querido.

Nenhum comentário: