minha provação é meu castigo e ruína
quero uma coisa que não quer ser minha
mesmo que eu não queira ela amarrada não pode e não quer ser
tantos ganchinhos, quantos anzóis me puxam pela roupa, me agarram pelos cabelos
quantos me beliscam e chacoalham
tantos bracinhos me afagam e sofás me convidam
tantas cozinhas se oferecem e tantos endereços me desejam
moi
moi não quer
eu quero aquele, do fundo da vitrine, empoeirado e descascado, aquele que vai dar defeito logo mude de espaço
o que não pode ser vendido porque é parte do mobiliário de outro universo
caí na minha teia e não sei sair
gaivota que comeu o peixe
comeu o peixe
comeu o peixe
até que chega tubarão branco
me comeu
comeu o peixe
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