23.12.09

NO MAR

mais na beira
pé sobre onda
o dia mais longo do ano vimos sumir por trás dos prédios
alguém não mora mais aqui
alguém lembrar o que perdeu
alguém fotografar a lua pra dar pra outra pessoa mas ela não vai sair do tamanho certo
ninguém consegue entender isso
ir com ela no médico no hortifruti
poupar-me do óbvio
se esforça meu garoto
te passei raspando
pela estradinha e gotas
suores e irmãos
anos de distância e bem perto
eu sei mais tu
portanto
cruzei o caminho teu e aquele futuro imenso de mais de décadas
um que não vai acontecer
também cruzou
- criativo e completo -
o magneticfields supersônico das férias escolares


muita coisa que não se sabe
se pudesse saber de tudo e alcançar mais de um ponto num instante
o estuário coalhadinho daqueles bichos lá e refletindo uma quantidade de estrelas num lugar e tempo que já se foram e na cama dentro da casa de aromas ladeada pelas mesinhas burguesas com nossa roupa de cama e no fim do dia agora em filete lunar, right on, vindo de la paz, vindo de bogotá, aqui, no vento, no meu colo em pele de tecido recém passado em pele curtida de calor e sal, em camadas de frio desprendendo uma e uma e outra ficando pra trás no jardim gramado, no parquinho dos meninos, na varanda, em camadas de nuvem magenta mais alguma coisa, aqui, os garotos jogando e desejando o futuro cinco dois dez anos a luz que vai acender agora, acendeu, boa.

2 comentários:

Tânia Tiburzio (TT) disse...

Mar, férias, crianças... Tudo sempre igual e sempre tão mágico. Aproveite bem tudo por aí. Beijos!

Maurici disse...

hortifruti, será aquele da Barra, onde tem uma paella indecifrável? Onde tem aquele camarão VG que faz a moranga desaparecer? Será que é este?
Ah, e tem um bolinho de mandioca que não existe nem em Chinatown, nem em Istambul, Katmandu e provavelmente não também em Mombassa ou no Pier 49.
mau