15.1.10

é impuro o puro do abraço
cego e mouco
responde/tateia
e fura os olhos em roca de fiar e arqueia a coluna
busca e transpira
remove a cobertura, arregaça os dentes e chove
não trouxe sombrinha

pára no cruzamento
força bruta
saltando firmeza
arfa e surpresa:
ouve o sangue circulando no peito e pelos ombros
fazendo a curva nas pontas
pare, olhe, escute
rrrrr bomba de aquário debaixo do esterno

arfa de boca aberta
a pingar o calor da hora, do mês, a luz demorada
responde/batuca
e passeia largo
em trotes pela rua principal
expande e precisa sair
precisa misturar com o ambiente precisa
o máximo gritante de tudo que existe
a hora é agora
é pra isso que se espera tanto dona baratinha
por essa hora o topo de tudo o pico o inchaço
a explodir fervendo rindo a galope
eu só posso estar viva

Um comentário:

Tânia Tiburzio (TT) disse...

Gostei!! É igual mas é diferente. Beijos!!