10.1.11

hoje eu era uma das três moças de amarelo
tomando café depois do almoço

eu só, elas sós
vendo
eu daqui fico só vendo
me leu
eu vi

gosto em você algo que não sei o que é
mas é mais de uma coisa
teu nome escrito em mais de um lugar
e
gosto da sua novidade velha
como se a vida e todas as coisas resolvessem o resto sozinhas
amarrando uma ponta solta e dissessem: olha só

(isso que você me fala
que o tempo passa em você arrancando tudo
com uma delicadeza que só o tempo pode ter porque
afinal ele tem sua própria maneira de passar
é uma banalidade em qualquer outra pessoa)

tenho uma vista
guardada no osso
eu vi
eu estava lá
com uma parte e outra descombinadas
apanhei do calor
logo eu
foi quando você pediu licença e caiu em mim

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