30.10.12
vamos fazer um faceboobs onde as pessoas não morrem porque tem dinheiro, ou porque não tem, ou porque dizem o que contraria, ou vão morrendo por causa do trabalho, morrendo e cuidando do dinheiro dos outros, se mandam pra longe pra cuidar dos dentes dos outros e ficam sem sua família, ou matam quem amam por medo de ficar sozinhos, ou arrancam mesmo os cabelos porque são obrigados a ver o anúncio antes do youtube, vamos fazer, nós que importamos e nos importamos e sabemos que somos quem somos, porque tem quem não queira, mas tem nós que queremos, que estamos aqui na espreita, respiramos contido e vemos nos olhos de nós outros o temor e a semente, quando a tevê mostra que nossos amigos estão limpando o supermercado com medo da tempestade, nós também esperamos o bicho que vem lá, um gigante pedregulho, a falta de recursos, um assolamento de insanidade em que vamos segurar a onda eu e você com nossos relâmpagos, nossa trança e nossos paninhos, nossas ilhas, nossos bonecos, nossos pedações de madeira, nossa colher de pau, nossos filmes e desenhos, nossos óculos, nossos meridianos e pontos de alarme, nossos pés sem sapato, nosso medo do escuro, nossos viadutos em ruínas, nossos abraços e nossa conexão certeira que diz que 'você eu quero ver do outro lado'.
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Um comentário:
Taciturno.
Contundente.
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