20.2.10

A gente tava falando deles aquele dia, lembra?
São de uma simplicidade tocante. Um ponto de concordância tão bonito: amamos.
As coisinhas, o creme de barbear e a incapacidade de fazer duas coisas ao mesmo tempo.
Os objetos que eles guardam, desajeitados, desconexos. Eles têm menos autorização pras memórias que nós.
o sono deles, que tem um cheiro próprio
a eterna quarta série
o esporte
a pornografia
as amizades fiéis
o visual, tão definitivo
o rabinho batendo por uma comida, uma bebida boa
o direto objetivo irritante
São assim simplórios, rudimentares como um neurônio na aula de química e ao rés do chão nos seus desejos.
Tão fácil adivinhá-los.
Tudo que inventaram até hoje tem sua sessentaporcenta parte de beleza e indiscutibilidade no quesito 'precisamos' e o resto dá uma pena danada, mas que patético, e por eternos centênios aceitamos porque frente a uma mulher, existindo um homem, estabelece-se o grande calaboca físico.
Aceitamos, obrigadas ou não e agora que tudo pode tudo pode mesmo e eles se acham perdidos, endossamos de novo o imediato, atochando o shortinho na bunda e ignorando a maravilha toda, e isso é pra lembrar o que não se deve esquecer.
E.
Olhando assim cabem o bolso do vestido e se for ver é tudo que eles querem fora o momento tigrão inevitável e recorrente, e as ilusões de pau enorme = caminhonetes cem mil dólares iates mansões mulheres e a assinatura da você s/a, como já dizia o pica pau, eles desejam mais que tudo e sem saber é ser aninhados depois do leite morno da noite.

Um comentário:

Tânia Tiburzio (TT) disse...

Adorei, muito mesmo.Não conta pra minguém mas fiquei com vontade de chorar (rs).Beijos!!